O papel do professor na mediação de conflitos escolar: análise cienciométrica

Autores

  • Cláudia Ribeiro de Lima

Resumo

  1. INTRODUÇÃO

 

Problemas cotidianos costumeiramente denominados conflitos escolares têm se evidenciado cada vez mais nas escolas. Geralmente, propaga-se que há um vertiginoso aumento de atos “violentos” dentro das instituições escolares, fato que resultaria da má educação dos alunos e do fracasso das famílias na criação de seus filhos. Tais argumentos, geralmente analisados de maneira simplória e ancorada em conhecimentos de senso comum, deixam de considerar as mudanças socioculturais das sociedades (Goethel; et al., 2020).

Por muitos anos, a escola foi uma instituição hierarquizada, a qual tinha como público, predominantemente, a classe burguesa. Com a redemocratização do país, na década de 1980, a sociedade como um todo passou a ter o direito de adentrar as instituições escolares, com sua diversidade, história e contexto social. Com a promulgação da Constituição Federal de 1998, a educação tornou-se um direito de todos. Nesse novo cenário, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (n. 9.394, de 20 dez. 1996) trouxe diversas mudanças em relação às LDB antecedentes, validando o que já estava previsto na Constituição Federal de 1988 no que se refere ao dever do Estado de garantir o Ensino Fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria (Goethel, et al., 2020).

Com esse novo cenário a escola se transforma em um espaço que comporta as diversidades e pluralidades da sociedade, por meio dos sujeitos que ali têm o direito de estar. Assim, a escola é constituída por indivíduos que são expostos a universos sociais diferenciados (classes sociais, estrutura familiar, entre outros), a espaços de socialização múltiplos, heterogêneos e concorrentes, e que, por consequência, têm suas referências sociais ampliadas (Goethel, et al., 2020).

Bem sabemos que a boa convivência não é sinônimo de ausência de conflitos. O conflito é inerente às relações humanas. Maffesoli (1987) nos diz que na sociedade há uma “harmonia conflitual”, ou seja, toda harmonia possui uma dose de conflito. É preciso lidar com a heterogeneidade de realizar acordos, fazer negociações. Desse modo, não há como objetivar eliminar os conflitos por completo e nem pode ser essa a escolha quando se está comprometido com a construção de uma sociedade democrática e participativa (Possato, et al., 2015).

Lançar olhares sobre a escola é partir do pressuposto de que ela é um espaço dinâmico, um lugar sociocultural que abarca duas dimensões: por um lado, é uma instituição pautada por regras e normas que a tornam um sistema escolar; por outro, é constituída por sujeitos imersos em redes de relações, tramas sociais de acordos, confrontos e interesses, espaços de apropriação constante de práticas e saberes entre a instituição e os indivíduos. A escola é, portanto, um espaço sociocultural (Silva; et al., 2022).

Ou seja, o que fará a diferença é a forma como os problemas serão enfrentados (LIMA; CLAUSS, 2016). Assim o problema norteador da pesquisa original deste artigo consiste em: se o professor tiver recursos para fazer uma análise dos problemas ocorridos no espaço escolar terá maiores condições de construir procedimentos eficazes de intervenção na mediação dos conflitos.

Sendo assim, essa pesquisa tem com finalidade identificar os desafios do professor no espaço escolar, e analisar meios para que professor e aluno possam aprender a tomar decisões conjuntas, formar regras e entender as culturas.

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Publicado

2024-04-16

Como Citar

Ribeiro de Lima, C. (2024). O papel do professor na mediação de conflitos escolar: análise cienciométrica. Revista Inovação & Sociedade, 5(2). Recuperado de https://revista.unipora.edu.br/index.php/ies/article/view/140

Edição

Seção

Ciências da Saúde e Bem-Estar